Nota: prefeitura empurra crise na conta dos servidores
- 31 de agosto de 2018
- 0 comments
- Imprensa Sinpro-JF
- Postado em Notícias
O Sinpro-JF divulgou, na tarde de hoje (31/8), nota sobre o atraso no pagamento dos salários dos educadores e demais servidores do município. Confira:
“A atual Administração não cansa de repetir que a culpa da falta de recursos é do Governo Estadual, que atrasa repasses ao município. Foi isso que o prefeito Almas fez no último dia 14, ao convocar os sindicatos para uma reunião. Nela, o prefeito repetiu a entrevista que dois dias antes dava para a Tribuna de Minas: explicou as dificuldades e o atraso de repasses de recursos que deveriam ser feitos pelo Governo Estadual.
Indagado pelo Sinpro-JF se, em algum momento, houve queda de arrecadação (já sabíamos a resposta), o prefeito confirmou que NÃO HÁ QUEDA DE ARRECADAÇÃO. Na verdade, não só não há queda, mas crescimento, se comparados os dados com igual período de 2017.
Outra questão levantada pelo Sinpro-JF foi o fato da Administração contar SOMENTE UMA PARTE DA HISTÓRIA! Quem tem um pouco de memória vai lembrar que o Governo Temer, na fala do seu ministro da Fazenda, impôs, para o repasse de recursos aos estados, a contrapartida de privatizações e aumento nas contribuições previdenciárias dos seus servidores. Foi isso que os estados do Rio de Janeiro e Paraná fizeram: privatizaram parte do seu patrimônio e impuseram aumento de alíquota previdenciária dos servidores, de 11% para 14%. No caso de Minas Gerais, essa contrapartida não foi acatada e o resultado é a retenção, por parte do Governo Federal, de aproximadamente, 360 milhões de reais.
O atraso no pagamento dos salários dos servidores municipais é aviltante e inaceitável! Receber os vencimentos, fruto do seu trabalho, no último dia útil do mês, é uma conquista cara e histórica dos trabalhadores, que não podemos abrir mão!
O lockout liderado pela Associação Mineira dos Municípios (AMM) – sim, lockout, pois greve quem faz é a classe trabalhadora… – teve nítida conotação eleitoral, com vistas a inflar candidatura de quem destruiu nosso Estado. Não é demais lembrar que a AMM é a mesma que, em 2016, enviou um “parecer” para os municípios, dizendo que o reajuste salarial era ilegal. Coube aos sindicatos de Juiz de Fora provar a farsa… E o fizeram com total sucesso!!!
Afora a cantilena de dificuldades financeiras, a verdade que não é dita deve ser sublinhada: a crise que estamos chafurdados – crise ética, econômica e política – tem sua origem no golpe dado na democracia, que afundou o país num estado de total instabilidade e vulnerabilidade, interna e externa, e pôs em cheque os pilares do Estado democrático de direito.
Cabe lembrar que o atual prefeito, como o seu antecessor, figuram nas fileiras dos principais partidos artífices do golpe que mergulhou o país num momento ímpar de ataques aos direitos da classe trabalhadora e de desmonte da rede de proteção social, tão duramente construída nos últimos 13 anos. Por fim, devemos afirmar, EM ALTO E BOM SOM, que os servidores não aceitam e não estão dispostos a pagar a conta de uma crise que não foi produzida por eles. Quem gerou a crise, que arque com ela!
Nenhum direito a menos! Ousar lutar! Ousar vencer!
Juiz de Fora, 31 de agosto de 2018
Sindicato dos Professores de Juiz de Fora (Sinpro-JF)”
Comments are closed.