Trabalhadores exigem manutenção do isolamento social em Juiz de Fora
- 30 de abril de 2020
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- Imprensa Sinpro-JF
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Leia na íntegra a nota divulgada nesta quinta-feira, 30, pelas centrais sindicais:
“As centrais sindicais, com representação em Juiz de Fora, reunidas na manhã desta quarta-feira, 29, reforçam seu posicionamento pela manutenção do isolamento social na cidade em decorrência do agravamento da pandemia de coronavírus no país.
O decreto que prevê o funcionamento apenas das atividades essenciais na cidade, durante o período de isolamento social, tem validade até 30 de abril e precisa ser urgentemente renovado pelo prefeito Antônio Almas.
A medida deve se estender a fábricas e empresas que não confeccionam produtos essenciais. A produção nesses locais, quando possível, também poderia ser revertida para a fabricação de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs), necessários aos profissionais de saúde que atuam na batalha contra o vírus.
É consenso entre autoridades de saúde de todo o mundo que o isolamento social é o único recurso disponível, até esse momento, para a redução da velocidade de transmissão. Também é preciso impedir que muitas pessoas contraiam a doença ao mesmo tempo, evitando a sobrecarga dos sistemas de saúde. No país, essa orientação é reiterada pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), instituição que há 120 anos está à frente de lutas nacionais contra epidemias como febre amarela, peste bubônica e varíola.
A situação brasileira é gravíssima. O país, nesta terça-feira, 28, ultrapassou a China em número de mortes. A cidade do Rio de Janeiro, que está próxima de Juiz de Fora, por exemplo, já atinge o limite da capacidade de seu sistema público de saúde. Juiz de Fora, entre 28 e 29, registrou o recorde de 300 casos suspeitos da doença.
O Brasil precisa se comprometer com o isolamento social. O número insuficiente de leitos, de respiradores, de profissionais de saúde, de equipamentos como máscaras e luvas, entre outros fatores agravantes, como a desigualdade social, exigem que tenhamos ainda mais rigor no cumprimento das regras de distanciamento.
Afrouxar o isolamento social, neste momento, significa sobretudo condenar os trabalhadores e os mais pobres. Somos nós que enfrentaremos a pior face da pandemia de coronavírus. Nem todos os brasileiros possuem as mesmas condições de frear o contágio.
O isolamento social também é fundamental para que o Estado ganhe tempo para estruturar melhor o sistema público de saúde, utilizado por 80% da população. Até o momento, não há comprovação da eficácia de nenhuma medicação contra o vírus. Os estudos para a produção de vacinas necessitam de mais tempo para gerarem resultados
Países que não adotaram o isolamento social, o fazem agora, após testemunharem milhares de mortos que não tiveram sequer a chance de conseguir assistência. Estados que cogitaram afrouxar o isolamento social, como Rio de Janeiro e São Paulo, voltaram atrás. A cidade de Blumenau (SC), cuja cena de abertura de um shopping center chocou os brasileiros na última semana, já contabiliza rápido crescimento do número de infectados.
Portanto, os trabalhadores defendem a manutenção do isolamento social e fortalecimento do sistema público de saúde. Assim como cobram do Governo Federal o pagamento imediato, sem burocracias desnecessárias, do auxilio emergencial de R$ 600 e a ampliação de seu valor, além de outras medidas que efetivamente reduzam o impacto da crise sobre o emprego e a renda.
Juiz de Fora, 29 de abril de 2020.
CUT
CSB
CTB
CSP-Conlutas
UGT
Força Sindical”
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